A Hora do Horror… Um encontro com os vampiros de Duda Falcão

“Um vampiro e uma fada decrépita formam uma dupla inusitada desbravando a noite até que seus objetivos pessoais os levam a firmar um pacto assombroso.”

duda-falcãoEncerrando essa série de entrevista com os autores da Coleção Sobrenatural: Vampiros da Avec, conversamos com Duda Falcão, o autor do conto O Vampiro Cristão e organizador dessa antologia direcionada ao terror.

Duda publica textos ficcionais desde 2009 e lançou seu primeiro romance em 2012 sob o título de Protetores. Ele também é autor do livro de contos Mausoléu pela Argonautas editora e é um dos idealizadores da Odisseia de Literatura Fantástica.

Clique nesse link e conheça mais sobre o autor e depois volte para cá e descubra como ele guiou a Coleção para extrair dos autores àquilo que os vampiros fazem de melhor: causar medo.

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Vagner Abreu: Quais obras que mais lhe influenciam a escrever textos sobre terror, horror ou histórias de vampiros?

Duda Falcão: Para escrever textos de horror o que mais me influencia, sem dúvida, é a obra do escritor H. P. Lovecraft. Em relação a histórias de vampiros, vou restringir meus apontamentos à literatura. O clássico Drácula, a primeira narrativa de vampiros que li, tornou-se bem marcante para os meus doze anos de idade. Outras obras que mereceram minha atenção foram os livros Eu sou a lenda de Richard Matheson –, O fortim – de F. Paul Wilson –, Os sete – de André Vianco –, o conto O piloto da noite e o romance A hora do vampiro – de Stephen King.

 

 Vagner: Para você, quais elementos não podem faltar em uma história de vampiro?

 Duda: Em suma: horror. Sem horror não temos uma boa história de vampiro, temos histórias que apenas se parecem com histórias de vampiros.

 

capaVagner: Faça uma análise do atual leitor do Brasil: Por que você acredita que o público brasileiro pode se interessar por contos de vampiros?

Duda: O horror é um gênero popular na literatura, nos quadrinhos e no cinema, não só em outros países, mas também no Brasil. Vampiros são monstros clássicos que despertam interesse do público leitor.

Talvez um dos problemas seja a falta de confiança do mercado editorial e dos leitores em autores nacionais que produzem dentro do gênero e, também, certo preconceito em relação à produção de contos.

A Coleção Sobrenatural investe no horror como seu principal foco, independentemente de quais monstros irão figurar como protagonistas de cada volume. Do sul ao norte do país, em qualquer rincão ou cidade iluminada, todas as pessoas são capazes de sentir algum tipo de medo.

O volume 1 da Coleção Sobrenatural representa o medo e o identifica com os vampiros. Se quebrarmos o paradigma de que somente autores internacionais escrevem horror de qualidade e que contos não possuem as mesmas qualidades ou atrativos de um romance, acredito que o leitor brasileiro apreciará o primeiro volume da coleção e os próximos.

 

Vagner: Para você quais alegorias ou metáforas os sanguessugas podem simbolizar para os leitores modernos?

 Duda: Depende. Difícil falar sobre o que os outros pensam. Se for para generalizar, acredito que os vampiros são personagens que mexem com o imaginário sexual do leitor.

Desde Drácula que possuía três concubinas vampiras até as Crônicas Vampirescas, de Anne Rice, o elemento erótico tem presença acentuada. No entanto, ótimas histórias de vampiro não se concentram em aspectos sexuais e valorizam muito mais a angústia da imortalidade e o ambiente soturno em que se esgueiram os protagonistas.

 

Vagner: Segundo o seu ponto de vista, quais povos ou nações (da antiguidade ou da era moderna) que mais contribuíram para a mitologia vampiresca e quais são os que mais lhe servem como referencial?

Duda: Não sou um estudioso do mito, mas pelo o que já li seres semelhantes aos vampiros podem ter tido sua origem na antiga Mesopotâmia, local repleto de divindades e demônios. Possivelmente também teriam habitado a Grécia antiga.

Pazuzu

A criatura a quem hoje denominamos vampiro, na Idade Média, era reconhecido como um portador de pragas, nosferatu, alguém capaz de sugar a vitalidade das pessoas, gerar doenças na comunidade e mau agouro.

Não por acaso, alguns corpos desenterrados por arqueólogos em certas regiões da Europa foram encontrados com estacas no peito. É possível supor que tais objetos serviam para impedir que os mortos levantassem dos túmulos.

Já na contemporaneidade, Bram Stoker compilou o mito do vampiro em um romance extraordinário, Drácula, a partir de sua pesquisa sobre as criaturas sugadoras de sangue no velho continente e da figura histórica de Vlad Tepes.

 

Vagner: Agora que terminaram praticamente todas as séries de TV, filmes e livros sobre vampiros afeminados que só …“mordem pescoço” depois do casamento. Como você acredita que será a próxima geração de histórias sobre vampiros? É possível haver um resgate daquele monstro sinistro vitoriano?

Duda: Acho que existe espaço para todo o tipo de histórias e exploração de toda a configuração de personagens. Não pretendo discriminar nenhuma obra. A Coleção Sobrenatural direciona o seu foco para o horror. Sendo assim, o vampiro vitoriano aqui no volume 1 da coleção já está resgatado.

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capaNão é por menos que o escritor Duda Falcão foi escolhido para organizar a Coleção Sobrenatural: Vampiros da AVEC editora. Esse portoalegrense conhece muito sobre literatura de horror e demonstrou isso nesse papo.

Aqui ficou uma amostra do que você pode encontrar no conto O Vampiro Cristão e em todas as estórias desse e-book que pode ser adquirida na Amazon por R$ 18,90. A antologia do terror também pode ser adquirida no Gato SabidoJet BookKoboCulturaTravessaCuritiba.

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Crédito da Entrevista: Vagner Abreu, Assessor de Comunicação.

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